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terça-feira, 16 de junho de 2009

O Reino, a Igreja e o Futuro! – Parte 2

Os Sinais dos Tempos

Depois de observado o conceito de Reino de Deus e a realidade de sua presença histórica faz-se necessário considerar os sinais dos tempos e sua relação com a tensão entre o "já" e o "ainda não". O Senhor Jesus claramente ensinou que tais sinais nos servem como referencial histórico. Portanto, é de suma importância que o cristão esteja atento às manifestações dos desígnios de Deus nos séculos. Isto lhe servirá como desafio à fidelidade e consolo diante do agir soberano do Altíssimo cujos propósitos são de geração em geração.

Os Sinais dos Tempos e a Tensão Histórica

A tensão presente entre a presença do Reino e sua plenitude futura caracteriza o que geralmente denominamos "os sinais dos tempos". Como a Igreja, agente do reino na humanidade, está inserida no mundo, isto a envolve de um modo direto e objetivo. Parte da compreensão do sofrimento dos crentes está justamente em compreender a presença do povo de Deus no mundo que manifesta tais sinais (Atos 14.22; Romanos 8.17,18; 1Pedro 4.12,13; Apocalipse 6.9-11). À medida que compreende o rumo histórico de todas as coisas, o discípulo de Jesus terá uma nova atitude com a cultura de seus dias. Perceberá com mais propriedade sua vocação quanto ao trabalho, família, relacionamentos e manterá um cuidado mais intenso quanto aqueles elementos culturais que manifestam rebelião contra Deus (1 Coríntios 3.10-15; Mateus 25.21,23).

Compreensões erradas sobre os Sinais dos Tempos

  1. Considerar que se referem exclusivamente ao tempo do fim, sem considerar aquilo que eles apontam em relação ao passado e ao presente;
  2. Considerá-los exclusivamente apenas em termos de eventos anormais, espetaculares ou catastróficos (Lucas 17.20-21);
  3. Tentar usá-los como modo de datar o tempo exato da volta de Cristo (Marcos 13.32; Mateus 24.36). Este é um erro ocorrido algumas vezes na história;
  4. Tentar construir um cronograma exato de acontecimentos futuros. (Ex: "Tal" país é a manifestação do Reino das Trevas, o Anticristo virá de "tal" lugar e será "tal" pessoa, etc)

Os Sinais Propriamente Ditos

  1. Sinais da graça de Deus sobre o mundo
    1. Pregação do evangelho a todas as nações – Joel 2.28; Isaías 45.22; Mateus 24.14; Marcos 13.10;
    2. A plenitude de salvação de todos os eleitos – Romanos 9.11 comp. Romanos 11.25,26ª;
  2. Sinais do juízo de Deus sobre o mundo
    1. Violência (guerras) – Mateus 24.6-8; Lucas 13.7,8 e 21.9-11;
    2. Catástrofes naturais (terremotos) - Mateus 24.6-8; Lucas 13.7,8 e 21.9-11; Comp. Apocalipse 16
    3. Escassez de recursos (fomes) - Mateus 24.6-8; Lucas 13.7,8 e 21.9-11;
  3. Sinais de oposição do mundo contra Deus
    1. Tribulação – Mateus 5.10-12; 24.21, 22;
    2. Apostasia – Mateus 24.10-12, 24; 1Timóteo 4.1; 2Tessalonissenses 3.1-5 comp João 10.27,29 e 1 Pedro 1.3-5;
    3. Anticristo – Daniel 7.25; 11.36; Mateus 24.15; Marcos 13.14; 2 Tessalonissenses 2.9; 1 João 2.18, 22; 2 João 7.

Considerações sobre o Anticristo à Luz de 2 Tessalonissenses 2

  1. Aparecerá na grande apostasia ou rebelião (v. 3)
  2. Ele será uma pessoa (v.3 e 4)
  3. Será objeto de adoração (v. 4)
  4. Fará uso de milagres enganosos (v. 9)
  5. Só será revelado depois que for removido o que o detém (v. 6)
  6. Será totalmente destruído por Cristo em sua Segunda Vinda (v. 8)

Pontos Gerais a Considerar

  1. Os sinais dos tempos apontam, antes de tudo, para o que Deus fez no passado (Mateus 16.3 comp. Efésios 5.16/Romanos 13.11-13);
  2. Os sinais dos tempos apontam no futuro para o fim da história, especialmente a volta de Cristo (Mateus 24.14, 29, 30);
  3. Os sinais dos tempos revelam, na história, a antítese contínua entre o Reino de Deus e os poderes do mal (Colossenses 1.13-14; 1 Coríntios 2.12-16);
  4. Os sinais dos tempos pedem uma decisão, um posicionamento de compromisso (João 9.4-5; Efésios 5.11-16)
  5. Os sinais dos tempos requerem vigilância constante (Mateus 24.42).

(Jean Chagas - Material Consultado: A Bíblia e o Futuro, Antony Hoekema, editora Cultura Cristã)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Reino, a Igreja e o Futuro – Parte 1



A Vinda do Reino de Deus – Entre o "já" e o "ainda não"!


Falar acerca do Reino de Deus não é tarefa simples. De um lado, é um tema que possui nuances em toda a Escritura, é como um elo de unidade de toda a teologia bíblica. De outro lado, sempre foi assunto controverso na História. Os católicos reduziram seu conceito à idéia de igreja enquanto os protestantes o reduziram à experiência intimista e individualista do cristão. Porém, a partir da teologia da aliança e de uma pesquisa bíblica mais cuidadosa, será verificado que o ensino sobre o Reino é muito mais amplo e profundo, permeando toda a história humana.


Criação e Queda


Ao criar todas as coisas e a humanidade à sua imagem, Deus estabeleceu uma relação de governo amoroso com a criação. Firmou sua aliança com o homem, dando-lhe um mandato de cuidado e domínio da natureza conforme registrado em Gênesis 1.28-30. Não obstante, o capítulo posterior da história é de ruptura e rebelião contra o Altíssimo mediante a queda. De uma aliança de amor, os homens tornaram-se escravos de um reino de trevas e morte (Gn 3), distanciando-se do propósito de sua existência. As páginas do Antigo Testamento passam a anunciar que a paz só seria reconquistada através da vinda do Reino de Deus e de seu Messias (Sl 2). Ecoa uma voz de misericórdia, num anúncio da redenção futura (Is 9.1-7).


Redenção e Consumação


Surge um homem, "uma voz que clama do deserto". A síntese da pregação de João Batista é: "Arrependam-se porque está próximo o Reino de Deus (Mt 3.1-3)." Logo após, Jesus começa sua pregação com o mesmo convite ao arrependimento e percepção da proximidade do Reino. Há, entretanto um elemento novo na pregação de Jesus: "O tempo está cumprido!" Em Mateus 12.28 Jesus afirma: "Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus. O Cristo manifesta seu poder através da expulsão das forças do mal e por ter "amarrado o valente" (Mt 12.29), o que possibilita a expansão do Reino através da pregação do evangelho.


O Reino é uma realidade presente no mundo através de Jesus. Mas também se relaciona a uma realidade futura. Em Mateus 7.21-23 e 13.47-50 o Filho de Deus ensina que o reino "já" presente "ainda não" está em toda a plenitude sobre a terra. Este "já"e "ainda não gera uma tensão crescente na história, uma vez que o primeiro refere-se à obra de redenção que foi iniciada e está presente nos séculos. O segundo reporta-se à consumação final, onde o Reino virá em sua glória e plenitude no Dia do Senhor. George Ladd comenta: "O fato do Reino de Deus estar presente num sentido e ser futuro em outro, implica em que permanece uma certa tensão entre o 'já' do Reino e o 'ainda não' do Reino."


A definição, portanto, do que é o Reino de Deus não é simples e muito menos secundária. O teólogo reformado Antony Hoekema tenta nos oferecer um conceito geral nas seguintes palavras: "O Reino de Deus deve ser entendido como o reinado dinamicamente ativo de Deus na história humana, por meio de Jesus Cristo, cujo objetivo é a redenção do seu povo do pecado e dos poderes demoníacos, e o estabelecimento final dos novos céus e nova terra. "


Compreensão e implicações para a História


Ao retratar a história a partir destes quatro grandes acontecimentos (criação, queda, redenção e consumação) a Escritura nos oferece uma percepção da história com as seguintes compreensões: 1. Deus é o Senhor da história e Cristo é o seu eixo, ou centro; 2. A história é um desenvolvimento dos propósitos de Deus; 3. O novo tempo já foi inaugurado através da presença do Reino mediante Cristo; 4. Tudo na história se move em direção a um alvo, novo céu e nova terra.


Este novo óculos histórico lança algumas importantes implicações, entre elas: 1. Devemos viver com um senso de urgência quanto ao modo que conduzimos a história de nossas vidas; 2. Precisamos reconhecer a tensão histórica que nos cerca em função do "já"e "ainda não"do Reino e sua relação conflituosa com o mundo e o reino das trevas; 3. Só Deus pode nos colocar no Reino, porém isto exigirá de nós arrependimento e fé; 4. O Reino demanda compromisso total, ou Cristo é tudo ou ele é nada para você; 5. O Reino implica redenção cósmica, pois do modo com que toda a criação foi afetada pelo pecado, assim Deus está restaurando todas as coisas pela manifestação do poder da cruz de Jesus, o que nos levará a novo céu e nova terra.

Rev. Jean Chagas