Ao meditarmos numa porção das Escrituras necessitamos considerar o contexto, tipo de literatura e propósito do livro bíblico. O objetivo deste cuidado de observação é para que nossas conclusões e aplicações estejam em coerência com aquilo que de fato o Espírito Santo comunicou através dos Apóstolos e Profetas.
Os crentes de nossa comunidade estão instruídos a meditar diariamente na Epístola aos Romanos no decorrer dos meses de outubro e novembro deste ano de 2009. Para auxiliá-los ofereço algumas informações importantes que podem contribuir na compreensão do texto Sagrado.
O que são Epístolas?
Na Bíblia as epístolas referem-se a um tipo específico de livro, entre os 66 livros da Bíblia. Estes escritos bíblicos, inspirados pelo Espírito Santo, possuem uma estrutura de carta. Geralmente começam com uma breve introdução onde em muitos casos apresenta-se o autor. Posteriormente, com muita freqüência é apresentada uma oração pelos destinatários. Após, vem o corpo da carta com o seu conteúdo principal. Por fim, a maioria das epístolas possuem uma conclusão com recomendações finais e a bênção. Esta estrutura clássica é muito perceptível na Epístola aos Romanos (Introdução – 1.1-7; Oração – 1.8-15; Conteúdo Geral – 1.16-15.13; Conclusão e Bênção – 15.14-16.27).
Qual o Contexto Histórico da Epístola aos Romanos?
O Apóstolo Paulo se apresenta como o autor da epístola. Escreveu aos crentes que viviam em Roma, uma comunidade que Paulo ainda não conhecia, até então, pessoalmente. D. A. Carson, Leon Morris e Douglas J. Moo, eruditos em Novo Testamento, concordam entre si que provavelmente Paulo escreveu aos Romanos ao final de sua terceira viagem missionária, quase certamente da cidade de Corinto. O ano mais adequado é 57 d.C. Estas conclusões são extraídas de declarações do Apóstolo como as que aparecem em 15.24, 28, ao serem comparadas com a trajetória de sua vida. O seu propósito central é apresentar o evangelho como poder de Deus para a justificação de todo aquele que crê.
Qual a grande contribuição da Epístola aos Romanos?
Pode-se considerar esta Epístola o principal tratado teológico sobre a própria natureza e poder do evangelho. É fonte de grande orientação, confrontação e conforto espiritual para todos os que anseiam mergulhar com profundidade nos rios da graça do Altíssimo. Você irá perceber a miséria humana a começar de você mesmo e entenderá que fora de Cristo não há esperança. Porém, será inundado por grande alegria e segurança ao ser servido com a verdade de quem é Cristo para aquele que nele crê. A inefavel riqueza desta Epístola poderá levar aquele que tem "ouvidos para ouvir" para um aprofundamento de sua obediência e o amadurecimento de sua fé.
Jean Chagas